Nas últimas décadas, a forma que de atuação das empresas no mercado está passando por mudanças. Principalmente os investidores buscam informações relevantes para tomada de decisões e, para isso, levam em consideração outras variáveis que vão além de relatórios e balanços. Eles precisam saber também de práticas que contribuem para a sustentabilidade das empresas em longo prazo. Querem saber como elas tratam questões socioambientais e governança, enfim como funcionam e no que acreditam. Um instrumento de referência, o ESG, traz para o mercado referências adicionais sobre as boas práticas das empresas
Com tantas transformações acontecendo na sociedade e no mundo corporativo,
as empresas precisam dar um retorno aos vários desafios deste momento que vivemos. O ESG (Environmental, Social and Governance) é um instrumento para as empresas comunicarem suas práticas socioambientais e de governança corporativa a todos os grupos que se relacionam às suas atividades. As práticas do ESG permitem que fornecedores, clientes, consumidores, comunidade, colaboradores e, principalmente, os investidores, consigam visualizar um “raio X da empresa”, não somente por meio de balanços financeiros (indicadores tangíveis), mas também considerando os aspectos não tangíveis do negócio.
Sabrina Della Santa Navarrete, professora da FIA Business School, explica: “empresas de todos os tamanhos podem e devem implementar práticas ESG visando a sustentabilidade do negócio em longo prazo, mas a complexidade e o custo podem variar. O custo de implementação pode depender da escala das operações, da complexidade da cadeia de produção em que a empresa está inserida e das mudanças necessárias. Empresas que já vêm se adequando a normas ambientais e sociais e implementando boas práticas de governança corporativa já há algum tempo deverão ter um esforço inicial menor do que aquelas que não consideravam a agenda em suas decisões de investimento”. O tempo de implementação das práticas ESG pode variar, dependendo da empresa.
Benefícios
Estar dentro do padrão ESG denota que a empresa tem transparência, melhora sua reputação no mercado, reduz riscos operacionais e legais, aumenta a competitividade, principalmente no mercado externo, e o acesso ao capital dos investidores que buscam investimentos responsáveis
Empresas que adotam práticas ESG podem experimentar benefícios financeiros diretos, como redução de custos operacionais e aumento da eficiência. Sabrina acrescenta: “outro benefício direto é o acesso a um custo de capital mais baixo, que está relacionado com a crescente demanda por investimentos sustentáveis e éticos. As empresas que adotam a agenda ESG mostram para o mercado e para os seus stakeholders que entendem as externalidades de sua operação e que estão preparadas, por meio de planos de ação, para agirem em prol da sustentabilidade do negócio (e do planeta!!). Deste modo, estas empresas são percebidas como menos arriscadas e mais atraentes para os investidores. Como benefícios indiretos podemos apontar a perenidade do negócio no longo prazo e como resultado da redução de riscos podemos apontar a estabilidade financeira e a valorização das ações”.
No Brasil, investidores internos e externos já reconhecem nos critérios do ESG como referência e também está aumentando nos consumidores a conscientização de buscar produtos de empresas com compromisso ambiental e social. Sabrina ressalta que a comunicação ainda é um grande desafio para as empresas que seguem ESG mostrar ao público interno e externo seus compromissos com a sustentabilidade e boas práticas em sua atuação no mercado.