Desenvolvido pela própria Mayekawa o sistema que conta com o diferencial do condensador microcanal, que deixa o equipamento mais compacto, funciona tão bem que a engenharia aproveitou a oportunidade para colocá-lo no mercado
Comprovado: o sistema de climatização da Mayekawa do Brasil, desenvolvido pela própria multinacional reduziu o uso de amônia em cerca de 95 por cento, sem perder a eficiência. O sistema, que funciona desde 2019, atende o seu prédio de escritórios com 1600 m², composto por dois pavimentos de 20 x 40 m², sendo que no primeiro abriga os departamentos administrativos como: Engenharia, Projetos, Comercial, Marketing, Financeiro, Diretoria entre outros, excetuando o de Recursos Humanos da empresa, que está no primeiro pavimento junto as muitas salas de reunião e demais espaços reservados a clientes e fornecedores. “São cerca de 150 pessoas que circulam quase que diariamente nestes espaços e, por isso, a climatização tem de estar funcionando perfeitamente para atender todos estes locais ocupados com poucas ou muitas pessoas e seus equipamentos”, informa o diretor industrial da Mayekawa, Eduardo Oyama.
Foi a partir daí, que a equipe de engenharia da Mayekawa desenvolveu um novo sistema de ar condicionado específico para o prédio – cabe destacar que a Mayekawa já utilizava um sistema tradicional, Microcanal do tipo inundado utilizando amônia. A multinacional que tem como negócio principal o fornecimento de soluções e equipamentos para refrigeração industrial, muitas vezes utilizando este refrigerante natural, optou em desenvolver a partir dele, um novo sistema de conforto para seus colaboradores, já que a unidade que estava instalada necessitava realizar uma manutenção completa e por isso optou-se por construir outra unidade (skid) de resfriamento de água: “nas manutenções periódicas constatamos que alguns de seus componentes já estavam com a vida útil comprometida e, portanto o sistema estava necessitando de uma manutenção completa, por isso construímos outro skid, revisamos o compressor e colocamos neste novo equipamento. Não dá para considerar um retrofit, pois só usamos o bloco compressor, o restante do sistema foi substituído por novo, mas é um bom comparativo entre os tipos de sistemas utilizando o mesmo compressor”, conta Jairo José Araújo, do departamento de Engenharia. O sistema funciona tão bem que a engenharia aproveitou a oportunidade para colocá-lo no mercado. “Esse sistema que já fornecíamos para o mercado é disponibilizado agora com o diferencial do condensador microcanal, que deixa o equipamento mais compacto e com uma menor quantidade de NH3 comparada com os padrões de tubo aletado”, revela Araújo.
Só Benefícios – O novo sistema de climatização da Mayekawa possui 34 TRs e é composto por um chiller com compressor Mycom N4K com inversor de frequência para modular a capacidade; condensação a ar microcanal com controle de velocidade dos ventiladores por pressão de descarga; evaporador à placas gaxetado com expansão direta; resfriamento de óleo e cabeçote, também, com expansão direta. Há, ainda, um circuito de bombas secundárias de água controlando a demanda por inversor de frequência, alimentando os 32 cassetes hidrônicos que estão distribuídos nos dois pavimentos e nos diversos ambientes do prédio. O tanque de água para combate a incêndios, os chamados sprinklers, foi construído em alvenaria e está isolado externamente, armazenando 120 mil litros de água em torno de 8°C. Araújo conta que o sistema antigo utilizava o mesmo modelo de compressor e o mesmo sistema de distribuição de água gelada. “Anteriormente, utilizávamos um sistema com evaporador a placas inundado de amônia e condensador evaporativo, inclusive o bloco compressor utilizado no sistema atual, esse foi retirado do sistema anterior e revitalizado para trabalhar nesse Skid atual, após 11 anos de operação. A vantagem em relação ao sistema anterior é que não utilizamos mais água na condensação e resfriamento do óleo, o que dispensa a manutenção do condensador evaporativo e elimina o consumo e necessidade do tratamento de água”. No quesito fluido refrigerante, o novo sistema permitiu uma diminuição drástica no volume utilizado: “a quantidade de amônia foi reduzida de cerca de 200 quilogramas para os atuais 13,5 quilogramas”, observa. Outro destaque do sistema é que ele não necessita de sala de máquinas, pois o equipamento foi projetado para ser instalado numa área aberta e, portanto, está situado num local arejado, longe do prédio de escritórios, da fábrica e da circulação de pessoas. “Ele está instalado num setor da empresa em que não há circulação de pessoas. Além disso, como determina as Boas Práticas de Operação com Amônia, ele está devidamente sinalizado, sendo monitorado continuamente via rede através da intranet da empresa, o que nos dá total tranquilidade”, garante Araújo, que complementa: “esse sistema que instalamos na nossa empresa para alimentar o sistema de ar condicionado com água gelada, é fruto da nossa experiência em projetos que utilizam amônia, sendo esse, especialmente desafiador em reduzir a quantidade de refrigerante (0,4 Kg/TR) e não precisar de água e produtos químicos na água do circuito de condensação, alinhado com as propostas de desenvolvimento globais em reduzir o consumo de recursos naturais e a reduzir liberação de gases que provocam o aumento do efeito estufa. Optamos em utilizar os refrigerantes naturais, que, com o avanço dos controles eletrônicos mais modernos nos permitem desenvolver equipamentos mais seguros e com alta performance”, finaliza o engenheiro.