Lançamento do livro “Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco” celebrou a rica história do queijo artesanal de Minas, que recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO
A tradição do Queijo Minas Artesanal (QMA), reconhecido como patrimônio cultural e símbolo da identidade mineira, ganha novos capítulos com o lançamento do livro “Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco”, publicado pela Lei de Incentivo à Cultura do Estado de Minas Gerais (patrocínio da Cemig) e patrocínio da Codemge.
O lançamento nacional aconteceu ontem, 15 de abril, durante a WTM Latin America 2025, no Expo Center Norte (Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo). A WTM é considerada a maior feira de turismo da América Latina, sendo um palco estratégico para apresentar ao mundo a riqueza cultural mineira expressa na tradição queijeira.
O evento ocorreu em um momento crucial para a cultura mineira, em que o saber fazer o queijo artesanal de Minas Gerais recebeu o reconhecimento internacional pela UNESCO, com o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Este foi um passo importante na preservação e promoção do Queijo Minas Artesanal, elevando-o a um novo patamar de reconhecimento e abrindo espaço para que o mundo conheça as “mil faces das Gerais”, como bem descreveu o escritor mineiro Guimarães Rosa.
Escrito pelo ex-diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN, Roger Alves Vieira, com reportagem do jornalista Marcelo Freitas, o livro explora profundamente a história do QMA, um queijo feito a partir do leite cru e que carrega em si memórias afetivas e a cultura alimentar de Minas Gerais.
De acordo com a apresentação feita por Roger Vieira, a obra mostra a jornada de salvaguarda do queijo mineiro, detalhando a luta dos produtores e das associações regionais para manter viva essa tradição, mesmo diante dos desafios impostos por regulamentações que quase extinguiram a produção artesanal no final do século 20.
Para Minas Gerais, o queijo artesanal representa mais do que um alimento; ele é a personificação do “terroir” local. Cada pedaço de queijo, produzido em uma das dez regiões reconhecidas pela sua tradição queijeira, como o Serro e a Canastra, leva consigo a história, os valores e a identidade das comunidades locais. “O Queijo Minas Artesanal é uma expressão autêntica da nossa cultura, com sabores únicos que refletem as características naturais e culturais de cada região produtora”, comenta Roger Vieira.
Para o secretário de Cultura do Estado de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, o livro é um tributo a todos que contribuem para que Minas Gerais seja referência na cultura alimentar. “Os produtores que dedicam suas vidas à arte de fazer queijo, as famílias que preservam e inovam nossas receitas, e todos aqueles que se reúnem em torno das mesas mineiras, onde o queijo é sempre motivo de alegria e união”, explica Oliveira.
Para a editora e escritora Leida Reis, proponente e coordenadora do projeto, a realização deste livro nos possibilita divulgar a riqueza da cultura queijeira de Minas para o mundo. “É o encontro da tradição que passa de geração a geração com um produto valorizado nas melhores cozinhas nacionais e internacionais”, define Leida.
O reconhecimento do QMA pela Unesco representa um esforço conjunto do IPHAN, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), da Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) e da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais (Secult). Esse reconhecimento, além de promover a valorização cultural do queijo, impulsionará a economia local, abrindo portas para a comercialização internacional e gerando benefícios para centenas de famílias mineiras que mantêm a tradição do queijo artesanal viva em suas fazendas.