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Nosso super-herói, o leite

leite faz bem

O leite é semelhante a um super-herói, porque, além de ser um alimento com muitos nutrientes, ainda tem papel emocional afetivo para o resto da vida das pessoas, defendendo nosso organismo ao atuar na prevenção de muitas doenças

Nunca se falou tanto em saudabilidade e, além da busca por academias para manter músculos, ossos e até a saúde mental, principalmente no cotidiano agitado nos centros urbanos, o alimento é outro protagonista na prevenção de doenças. Grande parte dos consumidores já procura informações sobre os alimentos que possam contribuir para prevenir várias doenças provenientes de erros da alimentação desequilibrada e pouco saudável.

Nesse cenário, o leite tem o papel de um verdadeiro super-herói, além de ser um alimento essencial para a saúde humana por incorporar muitos benefícios, entre eles, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais, como o tão necessário cálcio, ele é um dos veículos mais capazes para agregar nutrientes que contribuem para a saúde de maneira rápida, fácil e acessível para todos os níveis econômicos da população. Por ser rico em triptofano, um aminoácido importante, contribui muito para um sono com melhor qualidade. O famoso copinho de leite morno antes de dormir em tempos de stress pode ser fundamental.

Andréa Esquivel, nutricionista e proprietária da Gastronomia Nutritiva, e responsável pela gastronomia dos atletas brasileiros nas Paralimpíadas 2024, acrescenta uma outra visão importante sobre o leite e ressalta: “é um alimento nutritivo e acessível, tem produção, preço e colocação em todo Brasil, um país de dimensões continentais, e está presente na mesa de todas as classes sociais”. A Associação Brasileira de Produtores de Leite (ABRALEITE) fez um trabalho muito bom, demonstrando que 97% das cidades brasileiras possui produtor de leite ou um produtor de derivado de leite.

Andréa Esquivel, nutricionista e proprietária da Gastronomia Nutritiva

Muito mais que leite

A ciência, pesquisas e os desenvolvimentos realizados na área acadêmica e nas empresas alimentícias nas últimas décadas, ampliaram o papel do leite como veículo de saudabilidade, trazendo para o mercado produtos funcionais.

Uma das iniciativas pioneiras em lácteo funcional veio pela Yakult com seu tradicional leite fermentado, que teve o produto aprovado pela criteriosa Anvisa como ‘alimento com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde’. Os probióticos, como o Lactobacillus casei Shirota do Yakult, atuam nos intestinos fortalecendo as bactérias benéficas, evitando o crescimento de bactérias que desenvolvem doenças e contribuindo, assim, para a defesa do sistema imunológico. Também para a saúde intestinal, no segmento de iogurtes existem produtos que agregam fibras, elementos que auxiliam no benefício da microbiota.

Segundo Rosemary Maria Pimentel Coutinho, pesquisadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, alguns lácteos passaram a incorporar colágeno, antioxidantes, ômega 3 e extrato de ervas para fornecer benefícios específicos, como suporte à pele, saúde cardiovascular e efeitos antioxidantes.

“Outras categorias de produtos lácteos também têm potencial para agregar saudabilidade por meio do encapsulamento de compostos bioativos, probióticos e outros aditivos dietéticos. A pesquisa em encapsulamento de compostos bioativos, probióticos e outros ingredientes benéficos para a saúde em produtos lácteos, biscoitos e pães estão em ascensão. Essas inovações têm o potencial de criar alimentos funcionais mais saudáveis, com maior valor nutricional e benefícios específicos para a saúde’, complementa Rosemary.

Nem sempre é intolerância

É comum encontrar pessoas que se queixam de não poder usufruir dos benefícios do leite por serem intolerantes à lactose e, essa questão, precisa ser observada com cuidado, pois existem muitos autodiagnóticos. A nutricionista Andréa informa: “muitas vezes, o desconforto que a pessoa sente pode ser causado por gastrite, refluxo, gordura no fígado ou outras enfermidades que complicam a digestão e se supõe que a causa seja o leite. É necessário ter diagnóstico médico confirmado através de exames, para que não haja exclusão de um alimento tão essencial para a saúde”.

Pesquisadores correram atrás de soluções para quem tem, efetivamente, intolerância à lactose e as indústrias trouxeram para o mercado soluções com produtos Zero Lactose. Andréa destaca: “a lactose é açúcar do leite e, no processamento do produto, ela pode ser quebrada por uma enzima, que é produzida em laboratório a partir de uma bactéria que transforma a molécula da lactose em galactose”. Assim, o leite e seus derivados ganham em digestibilidade para os verdadeiramente intolerantes à lactose.

Existe ainda o leite que vem de vacas com genética diferenciada – o A2A2 indicado para pessoas que não são intolerantes à lactose, mas sentem desconforto gastrointestinal em decorrência do leite de leite, porque o leite A2 possui fácil digestão proteica.

Alternativas é o que não faltam para atender consumidores com diferentes demandas e até para responder algumas a questões levantadas sem fundamento sobre o universo do leite, que ainda tem espaço para agregar mais funcionalidades com as constantes pesquisas do setor. É importante a atenção ao que se fala, principalmente em redes sociais. Um exemplo de comentário que se espalhou é que o homem é o único animal que se alimenta com leite de outro animal, inclusive, na fase adulta. Como diz a nutricionista Andréa, isso não é uma verdade cientificamente comprovada.  É bom lembrar que o ser humano é o único que consegue extrair o leite de outro animal, tratar e conservar para consumo. No caso dos outros animais mamíferos, as mães vão priorizar as novas crias e não vão amamentar crias antigas, inclusive, em muitas espécies, o instinto e o treino para a caça é necessário para a sobrevivência e não faz sentido os filhotes continuarem mamando na fase adulta”.

Andréa finaliza: “o ser humano é um animal mamífero, ou seja, a amamentação e o leite são fundamentais para seu desenvolvimento, sendo o alimento completo e exclusivo na primeira fase da vida. E com isso, cria vínculo emocional e psicológico com o leite, pois junto com a amamentação vem carinho, afeto e colo protetor, por isso o leite é um alimento muito mais importante do que só alimentar o organismo, tem papel emocional afetivo para o resto da vida.

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