Inauguração do CTI-Tec é exemplo da tríplice hélice da inovação, unindo governo, academia e setor produtivo
A Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag) assumiu a gestão administrativa do CTI-Tec, o primeiro Parque Tecnológico Federal do Estado de São Paulo. Localizado em Campinas (SP). O espaço foi oficialmente inaugurado na última sexta-feira (4/4) com investimento de mais de R$ 3 milhões do Governo Federal. Instalado no Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer — unidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) —, o CTI-Tec reforça a estratégia de reindustrialização do país com base em ciência e tecnologia.
O presidente da Fundepag, Álvaro Duarte, destacou a relevância do novo espaço como um polo de interação entre sociedade, inovação e empreendedorismo. Segundo ele, a iniciativa tem como objetivo impulsionar o ecossistema local, com projeção nacional e internacional. “A proposta é fortalecer o elo entre ciência, governo e setor produtivo, gerando soluções com impacto real na vida das pessoas”, afirmou. Ele também explicou que a Fundepag será responsável pela gestão do CTI-Tec por meio de um convênio com o MCTI, com validade inicial de cinco anos. A Fundação também recebeu a cessão de posse da área onde o parque está instalado. “É um compromisso de longo prazo com o desenvolvimento tecnológico da região e do país”, completou.
Ainda, durante a cerimônia de inauguração, o presidente do Conselho de Administração da Fundepag, Francisco Matturro, destacou o papel da inovação e o compromisso da Fundação com o desenvolvimento nacional. “Um centro de inovação é sempre um ganho para a sociedade, um ganho para o país e um ganho para o futuro”, afirmou. Ele reforçou que a Fundepag se consolidou como uma aceleradora de inovação com foco em pesquisa, empreendedorismo e emancipação produtiva. “Temos que aprender a empreender. O assistencialismo é um fato no país, mas precisamos buscar a autonomia de todos”.
A cerimônia contou ainda com a presença da diretora-geral do CTI, Juliana Daguano; do diretor de Inovação da Finep, Elias Ramos; e de autoridades locais. A ministra do MCTI, Luciana Santos, afirmou que o novo parque representa um passo concreto da política de transformação apoiada pelo MCTI, que completa 40 anos em 2025. “O CTI-Tec se insere em um contexto mais amplo de política pública, alinhado à Nova Indústria Brasil (NIB), que visa a reindustrialização do país com base na inovação. E aqui temos 80 servidores públicos comprometidos em fazer essa transformação ocorrer”.
Matturro também ressaltou a abrangência nacional da Fundepag, que expandiu sua atuação para estados como Bahia, Ceará, Pará, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná. Nesse processo, consolidou parcerias com 16 instituições, como os Institutos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento/APTA e da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, inclusive a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), o Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec), a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e o CTI Renato Archer, no âmbito federal.
CTI-Tec: Parque Tecnológico do CTI Renato Archer
O primeiro prédio do parque será dedicado a startups e empresas emergentes ligadas às áreas estratégicas do CTI, como saúde avançada, manufatura aditiva, inteligência artificial, impressão 3D e robótica. A estrutura oferece ainda laboratórios multiusuários e infraestrutura de pesquisa aplicada.
Segundo Juliana Daguano, Campinas já se destaca como polo tecnológico, e o CTI-Tec vem somar forças a esse ecossistema. “Temos instituições de referência mundial aqui. O diferencial do parque é justamente sua vocação em saúde avançada e o compartilhamento de infraestrutura científica com empresas e pesquisadores”.
De acordo com o coordenador do CTI-Tec, Fernando Ely, o objetivo é acelerar a geração de inovações com impacto direto na sociedade. “Nosso foco está em saúde avançada e indústria 4.0. Apoiaremos iniciativas que envolvem temas como biofabricação, sensores, machine learning, internet das coisas, entre outros”.
Matturro acrescentou que a Fundepag vem promovendo melhorias contínuas, como a criação dos escritórios de propostas e de projetos, o incentivo à evolução de deep techs e à transferência de tecnologia e o futuro Centro de Computação. “As parcerias com universidades, empresas e instituições de pesquisa são fundamentais para o sucesso do parque”, reforçou. Ele ainda destacou que o novo parque tecnológico integrará os sistemas municipal, regional e nacional de inovação, com impactos diretos na geração de empregos e inclusão social. “Esse parque é um bem da sociedade, não de quem o dirige hoje ou amanhã”.
Sobre a Fundepag
A Fundepag foi criada em 1978, a partir dos esforços de grupos empresariais, representantes da agropecuária, da indústria, do comércio e das finanças para somar esforços do Estado e da iniciativa privada no desenvolvimento de projetos de pesquisa.
Apoia e executa diversos tipos de projetos, serviços tecnológicos, capacitações e eventos. Além de contar com seu próprio Núcleo de Inovação Tecnológica Fundepag – NIT, expandido para Centro de Inovação Tecnológica – Conexão.f – reconhecido pelo Governo paulista, oferece uma estrutura de apoio administrativo-financeiro, de gestão de pessoas, consultoria jurídica e ferramentas informatizadas, com a qualidade e ética assessoradas pelas ISO 9001:2015 (qualidade), ISO 37301:2017 (compliance) e ISO 37001:2017 (antissuborno).
Mais informações: https://portal.fundepag.br
