Após nove anos da venda para a Coca-Cola, a Verde Campo volta às suas origens. Em abril deste ano, a companhia foi comprada pelos antigos fundadores, Alessandro Rios e Álvaro Gazola e pela Laticínios Porto Alegre, subsidiária da multinacional Emmi no Brasil.
Para falar um pouco da trajetória da companhia, entrevistamos Fábio Ferreira, o novo CEO da Verde Campo. Carioca da cidade do Rio de Janeiro, ele chega à empresa com objetivos assertivos de valorizar os pequenos produtores e desenvolver alimentos inovadores e saudáveis. À frente da Verde Campo desde o início do mês de junho, Ferreira assume uma empresa pioneira em inovação no mercado de laticínios, sendo a primeira marca a lançar lácteos zero lactose, iogurtes proteicos, além de produtos com ingredientes de origem 100% natural e a primeira linha infantil sem conservantes.
Por: Juçara Pivaro
Fale sobre a trajetória da Verde Campo no mercado de lácteos.
A empresa nasceu em 1999, no município de Lavras, em Minas Gerais, tendo como foco a produção de alimentos lácteos saudáveis e diferenciados. Os primeiros produtos já chegaram ao mercado trazendo inovação. Quando ainda não se falava em produtos sem lactose, lançamos a linha Lacfree, hoje já consolidada no mercado. Na sequência, trouxemos para o mercado o primeiro iogurte proteico- o Natural Whey – que, rapidamente, ganhou o mercado.
Após alguns anos de atuação, a companhia chamou a atenção da Coca-Cola, que adquiriu a Verde Campo. Nove anos se passaram e, em abril deste ano, os fundadores da empresa Alessandro Rios e Álvaro Gazola se juntaram ao Laticínios Porto Alegre, subsidiária da multinacional Emmi no Brasil, para readquirir a Verde Campo. A negociação estabelece 70% de participação no capital da empresa para a Porto Alegre/Emmi e 30% para os antigos fundadores, com assento no Conselho de Administração. Um retorno às origens.
É importante destacar que todos do grupo societário nasceram de laticínios e têm pé na produção de lácteos. A companhia não poderia estar em melhores mãos. Cada um com sua grandeza, os fundadores têm foco na marca. Com a sinergia entre a Verde Campo – com seus produtos inovadores e diferenciados, a Porto Alegre, uma das principais captadoras de leite do Brasil, e a Emmi, que é global em laticínios e tem uma visão do setor com várias marcas e produtos de qualidade, nos dará uma estrutura e uma capilaridade que nos permitirá estar presente em todo o território nacional com maior facilidade.
Como se sente ao ingressar como CEO numa companhia tão diferenciada em lácteos?
Acredito que a escolha do meu nome tenha se dado, principalmente, pelo fato de que tenho o pensamento alinhado com os valores da marca do ponto de vista saudabilidade, alimentação equilibrada, life style, atividade física, pontos que têm relação com o ecossistema da marca. Como venho do setor de alimentos e sempre acreditei que alimentos naturais são o caminho para uma vida saudável, minhas ideias e objetivos estavam afinados com as propostas da empresa e estar na Verde Campo é uma conquista importante.
Qual é o perfil do consumidor da Verde Campo?
Temos um detalhamento de ‘personas’ que definimos para poder idealizar e desenvolver nossos produtos. Entre os perfis de público que consome nossos produtos está aquela pessoa que tem preocupação com a saúde, que gosta de caminhada, corrida, curte jogar seu futebol, quer produtos saudáveis em sua rotina e vê na Verde Campo uma alternativa. Outra persona é aquela mulher saudável, mãe trabalhadora que está sempre olhando se tem novidade no mercado, é preocupada com sua alimentação e da sua família. Tem ainda o perfil mais sênior, na faixa dos 50 +, que está numa fase de vida em que quer cuidar da saúde, consome produtos de maior valor agregado e que tragam benefícios para a saúde, esse perfil procura, principalmente, produtos zero lactose. Temos também o público ‘masculino performance’, que gosta de esportes mais profissionais, ou frequenta academias e que busca um desempenho melhor. A última de nossas personas de consumo é a criança, para isso temos na linha kids iogurtes 100% naturais, sem conservantes e não usamos apelos de personagens nas embalagens, temos apenas uma vaquinha que remete ao leite. É um design tradicional e bem clean.
Qual a origem do leite utilizado na Verde Campo e como é a estrutura dos fornecedores do campo?
Temos uma bacia leiteira riquíssima e que fica a um raio de 100 km de nossa planta. Conseguimos rodar a nossa fábrica diariamente e só trabalhamos com leite fresco. Uma transportadora especializada capta o leite e seis, sete horas da manhã, a matéria-prima já está chegando para a produção do dia. O relacionamento com essas propriedades é de visitas semanais ou quinzenais. A Verde Campo tem desde pequeno produtor que possui de 17 a 20 animais até outros com 50, e, também, com rebanhos com 150 animais. Estamos bem perto de nossos produtores, oferecendo suporte em diversas áreas, damos consultorias em negócios para conseguirem administrar suas empresas, oferecemos consultoria para bem-estar e para saúde animal, disponibilizando mão de obra especializada e veterinária. Temos muita preocupação e acompanhamos de perto o teor de gordura e de proteína no leite, porque isso garante a qualidade em nosso produto final.
Como é a estrutura fabril da companhia e quantos litros de leite são processados na indústria?
Para abastecer a área industrial, a Verde Campo recebe 3 milhões e 600 mil litros de leite por mês. Em Lavras, temos uma fábrica para produção de iogurtes e outra para processamento de queijos, as duas com equipamentos de alta tecnologia. No local, são fabricados mais de 80 produtos de nosso portfólio, divididos entre cremes, pastas, queijos e iogurte. Nossas plantas são totalmente automatizadas para recebimento de leite, manufatura e embalagem. Essa estrutura fabril tem capacidade para sustentar nosso crescimento por muito tempo.
Quais as ações da empresa em relação à sustentabilidade?
Estamos nos organizando para adequar os projetos existentes atualmente e criar novas iniciativas alinhadas à agenda ESG. É importante acelerarmos esse processo, mas também vale ressaltar algumas iniciativas bastante relevantes que já estão em prática. Uma das mais importantes é um programa de compensação de embalagens – que estabelecemos em parceria com a Eureciclo. É um projeto de compensação ambiental, através do qual a Verde Campo destina um valor mensal a Eureciclo. O valor é destinado ao incentivo de iniciativas que integram uma cadeia de reciclagem existente em vários locais no país
Além disso, temos iniciativas em andamento nas áreas social, de governança e ambiental, tendo uma atenção especial ao tratamento de resíduos, com um time de trabalhadores exclusivamente dedicado a checar todos os protocolos de correta destinação de resíduos em nossa ETE – Estação de tratamento de esgoto.
Podemos esperar mais novidades da Verde Campo em breve?
Nossos consumidores podem ter certeza de que estamos resgatando a agenda de inovação, sempre fomos referência em produtos saudáveis e diferenciados. E as novidades já estão chegando com 11 lançamentos para o mercado. Entre eles estão Kefir, estamos fazendo e vamos rodar aqui na fábrica, com sabor tradicional e de morango, somos a única empresa com distribuição nacional de Kefir.
Virá também o iogurte bi-camada proteico de abacaxi com coco e banana com canela. Mais duas sobremesas saudáveis nos sabores frutas vermelhas de abacaxi com canela. Elas são sem açúcar e sem adoçante. E ainda tem uma coalhada seca e uma linha de iogurtes naturais dois ingredientes.
Queremos sempre trazer novas alternativas naturais e com valor agregado. Somos bons nisso, tanto que em 90 dias, conseguimos idealizar esses novos produtos.