Encontro Baiano dos Laticinistas reúne os principais atores do setor para discutir e celebrar as práticas que têm impulsionado o crescimento do mercado lácteo no estado
Por: Erika Ventura
O mercado de laticínios na Bahia está passando por um período de transformações importantes. Jessica Vieira, diretora executiva do Sindileite Bahia, destaca que o setor é dinâmico e tem crescido, apesar dos desafios que enfrenta. “Estamos em um momento de crescimento, com a demanda por produtos lácteos mantendo-se forte. No entanto, enfrentamos dificuldades como a volatilidade dos preços e a necessidade urgente de modernização tecnológica para que possamos competir em maior escala e reduzir os custos”, afirma Jessica.
Os desafios não param por aí. A logística de distribuição e a integração da cadeia produtiva são questões que ainda precisam ser aprimoradas. “Nossos laticinistas enfrentam obstáculos significativos, especialmente no acesso a tecnologias de produção mais eficientes. A oscilação dos preços dos insumos e a pressão por margens de lucro mais apertadas exigem que as indústrias adaptem-se rapidamente para garantir um suprimento estável de leite”, explica Jessica, acrescentando que o crescimento do PIB, a inflação controlada e políticas públicas de incentivo à pecuária leiteira são fatores que devem ajudar a alavancar a produção nos próximos anos.
Nos últimos anos, a produção de leite na Bahia tem apresentado um desempenho misto. “Embora o número total de produtores tenha diminuído, observamos um aumento expressivo no tamanho médio dos produtores, o que é um sinal de que estamos avançando em termos de eficiência”, diz Jessica. Ela também ressalta que, apesar das dificuldades trazidas pelo El Niño e pelas mudanças climáticas, o setor está otimista com a previsão de enfraquecimento do fenômeno no segundo semestre de 2024. “Estamos confiantes de que o pior já passou, e laticínios como o Davaca já apontam para uma safra recorde no primeiro trimestre de 2024.”
A inovação é um pilar fundamental para o crescimento do setor na Bahia. Jessica destaca que o estado, maior produtor de leite da região Nordeste, com uma produção anual superior a 2 bilhões de litros, tem visto uma diversificação crescente dos produtos lácteos. “Estamos apostando em inovações que valorizam tanto a tradição quanto as tendências modernas de consumo. Produtos com sabores regionais como licuri, graviola e umbu têm sido um sucesso, e a adição de proteínas aos lácteos está em alta, atendendo à demanda por alimentos funcionais.”
A qualidade dos produtos lácteos baianos tem se destacado no mercado nacional. A escolha por matérias-primas de alta qualidade, certificações que asseguram a sustentabilidade e o uso de leite de búfala e cabra têm elevado o padrão dos nossos produtos. Isso é crucial para que possamos competir em um mercado cada vez mais exigente.
Olhando para o futuro, as perspectivas para o setor lácteo na Bahia são positivas. “Estamos otimistas para 2025, com políticas públicas que prometem financiar e apoiar a produção no estado. No entanto, é crucial que os produtores estejam atentos às tendências de mercado e preparados para as mudanças que virão”, aconselha.
O Sindileite Bahia tem desempenhado um papel vital nesse cenário de crescimento, apoiando tanto grandes indústrias quanto produtores familiares e artesanais. “Nosso objetivo é promover a união e a colaboração em toda a cadeia produtiva. Por meio de parcerias estratégicas, eventos regionais e uma presença online robusta, estamos fortalecendo a comunidade dos laticínios na Bahia”, conclui Jessica, destacando a importância do Encontro Baiano dos Laticinistas, um evento anual que reúne os principais atores do setor para discutir e celebrar as práticas que têm impulsionado o crescimento do mercado de laticínios no estado.