Agrindus: excelência do campo à mesa

Agrindus: excelência do campo à mesa

No passado, eles foram os primeiros a produzir leite tipo A2. Hoje, estão entre os cinco maiores produtores de leite do Brasil e possuem o maior rebanho registrado de vacas holandesas. São 78 anos de história, tradição e pioneirismo.

A revista +Leite conversou com Roberto Jank Junior, diretor presidente da Agrindus S/A para entender como as lições do passado consolidam o presente e abre as portas para o futuro promissor de uma das maiores fazendas do Brasil

Por: Erika Ventura

A Agrindus é uma empresa familiar fundada em 1945, localizada em Descalvado, no interior de São Paulo. Hoje, atua na pecuária de leite, pecuária de corte, citricultura e indústria de laticínios, com destaque para a produção de leite tipo A2.

De acordo com o empresário, esse tipo de leite não produz a BCM-7, um peptídeo de difícil digestão pelo ser humano, cujos sintomas de desconforto são idênticos aos das pessoas que se consideram intolerantes à lactose. Apesar do leite com maior digestibilidade, os cuidados com as vacas produtoras não são especiais. Segundo Jank Jr., depois que são identificadas pelo DNA, o tratamento é o mesmo de vacas A1.

Confira os destaques deste bate-papo:


Revista +Leite: A fazenda Agrindus é uma das maiores produtoras de leite do nosso país. São mais de 75 anos de história e tradição. Na sua opinião, quais pontos foram os mais estratégicos para que vocês alcançassem resultados tão significativos?

Roberto Jank Jr: Foco em determinadas variáveis importantes para o negócio, ganho de escala, ganhos de qualidade, produtividade e em indicadores de eficiência

Revista +Leite: Em toda esta trajetória, quais desafios superados foram fundamentais para o aprendizado e sucesso de vocês?

Roberto Jank Jr: Nesses 78 anos, passamos por diversos planos econômicos, inflação, tabelamento e regramentos diversos. Todo o conjunto foi um grande aprendizado e esse conhecimento, hoje, nos ajuda na mitigação de riscos, sem deixar de exercitar a ousadia e o radar em novas oportunidades.  

Revista +Leite: Como a Agrindus está envolvida com a comunidade local e quais são os benefícios dessa integração?

Roberto Jank Jr: Temos uma comunidade com 300 pessoas morando na fazenda e somos uma empresa socialmente ativa no município. Hoje, temos a fundação Agrindus, criando oportunidades para a comunidade local e, junto a outras empresas, promovendo um trabalho de melhoria do Ideb nas escolas públicas de Descalvado    

Revista +Leite: Quais tendências no setor de laticínios você está acompanhando e como está se adaptando a elas?

Roberto Jank Jr: O setor cresceu por 40 anos, ininterruptamente, até 2014, e andou de lado nos últimos 8 anos. Parece-me que vivemos uma mudança estrutural na cadeia. A consequência imediata é que nunca fomos tão dependentes de importações, ainda que esse volume importado no último ano seja desnecessário para o consumo dos brasileiros. Espero que 2024 venha com mais estabilidade para o ambiente de produção. Passamos por pandemia, problemas climáticos e agora a importação deletéria e desnecessária. O segmento precisa de estabilidade para motivar-se a investir e crescer a produção.


Revista +Leite: Como sua empresa aborda a sustentabilidade, especialmente em relação às questões ambientais e ao bem-estar animal?

Roberto Jank Jr: É uma prioridade para nós. Optamos por nos comunicar com nossos consumidores através de certificações de terceira parte, com selos.

Revista +Leite: Como você equilibra a tradição e a busca por inovação e novos produtos?

Roberto Jank Jr: A rastreabilidade em todas as etapas de produção nos permite criar especialidades.

Revista +Leite: Muitos produtores têm sofrido os impactos do aumento da importação de leite. Qual sua percepção sobre este assunto? Este momento de crise, também é um momento de oportunidade para os produtores e laticínios?

Roberto Jank Jr: O mercado é livre e os agentes de cada segmento têm que saber tirar proveito disso. Sempre existem oportunidades.


Revista +Leite: Se você pudesse dar três dicas relacionadas a gestão para produtores de leite e laticinistas. Quais seriam?

Roberto Jank Jr: Crescer em produtividade e qualidade, estabelecer relações comerciais confiáveis mutuamente e se antecipar às novidades que aparecem.

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