Ambiciosa, a empresa deseja ter em 2025, 30% do volume de leite próprio vindo de fazendas com nível avançado de agricultura regenerativa. Até 2030, 50% e até 2050, 100%
Na busca por um futuro sustentável e alinhado com práticas ambientais responsáveis, a Nestlé tem investido intensamente em programas de agricultura regenerativa junto aos seus produtores de leite parceiros. Através do projeto Nature por Ninho, a empresa está remodelando sua cadeia de fornecimento para integrar práticas que vão além da produção de leite, focando na sustentabilidade ambiental, social e econômica. Tamiris Salvador, Coordenadora de Agricultura ESG Milk Sourcing Nestlé, compartilhou em entrevista as várias etapas e conquistas deste ambicioso projeto que nasceu há mais de 20 anos.
Nos dias de hoje, fala-se muito em boas práticas, mas a Nestlé já vem implementando melhorias contínuas na qualidade e segurança do leite há mais de duas décadas.”Lá no início de 2000 já trabalhávamos com granelização, depois instruímos os produtores a abandonarem os latões de leite e passamos a recomendar que usassem os tanques de refrigeração. Evoluímos para um sistema hermético, garantindo um circuito fechado de leite, pensando sempre na segurança alimentar”, relata Tamiris. Esses esforços estabelecem a base para um sistema robusto que tem atendido e até excede as exigências legais.
A Nestlé sempre se destacou por remunerar produtores pela qualidade do leite desde 2005, com o programa Boas Práticas na Fazenda, o incentivo pela melhoria genética e acompanhamento veterinário contínuo, foram aliados importantes para que os produtores pudessem alavancar seus resultados qualitativos. Essas práticas guiaram o desenvolvimento sustentável da nossa cadeia, permitindo rastreabilidade com certificação. A evolução técnica deste programa, deu-se com a introdução do Nata, em 2015, um formato de consultoria ampliado para incluir gestão econômica das fazendas.
Tecnologia e comunicação direta com os produtores
Com o passar dos anos, a tecnologia ganhou mais espaço nos projetos, e em 2019, a Nestlé lançou o aplicativo “Leiteria” para toda a base de fornecedores, promovendo tecnificação e padronização na produção. “Em 2020, com a pandemia, tivemos que adaptar nossas estratégias para continuar acessando e comunicando com os produtores, e o aplicativo foi essencial”, lembra Tamiris.
Um marco significativo foi o lançamento, em 2022, do programa de agricultura regenerativa Nature por Ninho. Este programa não só dá continuidade às Boas Práticas na Fazenda, mas também adota uma abordagem holística para o desenvolvimento sustentável. “Hoje, quase 50% do nosso volume de leite vem de fazendas assistidas pelo programa Regenera, que promove uma visão integrada, contemplando sustentabilidade ambiental, social e econômica”, explica Tamiris.
Nature por Ninho
O programa foi atualizado em 2024, premiando produtores em quatro categorias e abordando temas como direitos humanos, bem-estar animal e gestão da fazenda. A integração de diversas disciplinas, como veterinária, agronomia e zootecnia, tem gerado resultados expressivos. “As fazendas atendidas pelo programa têm mais produtividade, menor uso de fertilizantes e um custo por tonelada inferior”, observa Tamiris. Além disso, houve redução na emissão de carbono ao longo de 12 meses, mostrando o impacto positivo das práticas regenerativas.
A Nestlé também tem um forte compromisso com a diversidade e inclusão. “O projeto social ‘A Força da Moça do Campo’, lançado em 2021, promove o empoderamento feminino nas fazendas, incentivando a gestão por mulheres”.
O impacto dessas práticas é sentido não só pelos produtores, mas também pelo consumidor final. “É essencial que o consumidor conheça o trabalho de credibilidade que está sendo feito no campo. Isso fortalece a cadeia e garante a geração de renda para os produtores”, conclui Tamiris.
As ações da Nestlé, pioneira e inspiradora no quesito agricultura regenerativa, está pavimentando o caminho para uma produção de leite que respeita o meio ambiente, valoriza o bem-estar animal e humano, e garante a viabilidade econômica das fazendas, mostrando que é possível unir tradição e inovação em benefício de todos os elos da cadeia.