FIEMT – uma forte parceria com o Seminário +Negócios Cuiabá +Leite

FIEMT – uma forte parceria com o Seminário +Negócios Cuiabá +Leite

Com atuação ativa no setor de laticínios, a FIEMT (Federação das Indústrias de Mato Grosso) representa os interesses das indústrias do setor junto aos governos federal, estadual e municipal em busca de políticas públicas para promover o desenvolvimento sustentável das empresas. A entidade tem como parceiros o SINDILAT MT, o CONSELEITE MT e SENAI para potencializar a eficiência e competitividade dos laticínios. Confira entrevista de Silvio Rangel, presidente do SISTEMA FIEMT, que dá um panorama dos laticínios de Mato Grosso

+Leite – Qual a importância das indústrias de laticínios em Mato Grosso – em geração de renda, geração de emprego e desenvolvimento de mercado?

Silvio Rangel – As indústrias do setor lácteo em Mato Grosso desempenham um papel fundamental na economia do estado, seja na geração de emprego e renda, contribuição no PIB, arrecadação de impostos e desenvolvimento de mercado. De acordo com dados compilados pelo Observatório da Indústria do Sistema Fiemt, o setor emprega cerca de 1800 pessoas em 95 estabelecimentos industriais; destes, 61 são microempresas, 23 empresas de pequeno porte, 8 de médio porte e 3 de grande porte, conforme arquivo anexo. A arrecadação do período de janeiro/novembro de 2023 para o setor totalizou R$ 101.790.755,76. No desagregado por atividade econômica, a atividade que mais arrecadou foi “fabricação de laticínios”, com 91,20%, totalizando R$ 92.831.353,14 e “preparação do Leite” com R$ 8.959.402,62 que representa 8,80% do total.

+Leite – No último Concurso Mundial de Queijos, que aconteceu em São Paulo, produtores de queijo artesanais de Mato Grosso foram premiados. Como vê o significado disso para o estado?

Silvio Rangel – O recente sucesso dos produtores de queijo artesanais de Mato Grosso no Concurso Mundial de Queijos em São Paulo representa um marco significativo para o estado em diversos aspectos, primeiramente, o reconhecimento da qualidade, já que a premiação internacional consolida a posição de Mato Grosso como um polo de excelência na produção de queijos artesanais, coloca-o no mapa da gastronomia mundial, e abrindo portas para novos mercados e consumidores. Além de impulsionar a economia, já que a conquista gera oportunidades de negócios e desenvolvimento econômico para as comunidades, especialmente para a agricultura familiar, promovendo a geração de renda e a criação de novos empregos e, também, o incentivo à inovação, já que o sucesso inspira novos produtores a investirem em queijos artesanais, impulsionando a inovação e a diversificação da produção, com a criação de novos tipos de queijos e sabores.

+Leite – As indústrias do setor têm dificuldade para qualificação de mão de obra? E na busca de atualização em novas tecnologias para a produção?

Silvio Rangel – Com atuação ativa no setor de laticínios, a FIEMT (Federação das Indústrias de Mato Grosso) representa os interesses das indústrias do setor junto aos governos federal, estadual e municipal em busca de políticas públicas para promover o desenvolvimento sustentável das empresas. A entidade tem como parceiros o SINDILAT MT, o CONSELEITE MT e SENAI para potencializar a eficiência e competitividade dos laticínios. Confira entrevista de Silvio Rangel, presidente do SISTEMA FIEMT, que dá um panorama dos laticínios de Mato Grosso. 16 Seminário +Negócios – Cuiabá Silvio Rangel – Mato Grosso vive um momento de pleno emprego, tanto é que a indústria estadual liderou a abertura de postos de trabalho em março deste ano. De acordo com dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) analisados pelo Observatório da Indústria do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso, o saldo de empregos do setor foi de 1085 postos de trabalho. É importante destacar que a atividade de fabricação de produtos alimentícios mantém um papel significativo nesse crescimento e foi responsável pela abertura de 693 vagas, o que representa 79,43% do total da indústria da transformação. Ao mesmo tempo que temos muitas vagas disponíveis temos pouca mão de obra qualificada, apesar dos esforços do SENAI, por exemplo, em qualificação profissional. A indústria de laticínios está cada vez mais voltando os olhares para otimizar a produção e cumprir com as exigências do consumidor. Isso, somado à chegada da Indústria 4.0, faz com que as fábricas invistam na adoção de novas tecnologias, que ao mesmo tempo exige uma força de trabalho qualificada para operá-las eficientemente. A implementação de novas tecnologias na indústria de laticínios pode ser onerosa, o que representa um obstáculo para muitas empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, que são a maioria no estado. Muitas empresas não possuem o conhecimento técnico necessário para implementar e operar novas tecnologias de forma eficiente. Outra dificuldade que o setor encontra, é a falta de incentivos governamentais, como linhas de financiamento e programas de apoio à inovação, que também dificulta a atualização tecnológica.


+Leite – Atualmente, a sustentabilidade permeia toda atividade no campo e na indústria, como você vê a preocupação de produtores e indústrias nesse sentido em Mato Grosso?

Silvio Rangel – A sustentabilidade é tema crucial para as empresas em todos os setores e a indústria de laticínios de Mato Grosso não é exceção. As empresas do setor estão cada vez mais conscientes da necessidade de adotar práticas sustentáveis em suas operações, desde a produção no campo até a industrialização e distribuição dos produtos. No estado de Mato Grosso, diversas iniciativas estão sendo implementadas para promover a sustentabilidade na indústria de laticínios. Algumas das boas práticas que se destacam são manejo sustentável de pastagem com adoção de técnicas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), bem-estar animal, reciclagem de resíduos, eficiência no uso da água e utilização de energia renovável, reciclagem e reuso de materiais, logística reversa das embalagens, programas de educação ambiental e apoio à agricultura familiar.

+Leite – Quais considera que sejam os maiores desafios para as indústrias de laticínios de Mato Grosso?

Silvio Rangel – Um dos maiores desafios para as indústrias de laticínios de Mato Grosso é a qualificação da mão de obra, que além do setor lácteo afeta todos demais segmentos. A adoção de novas tecnologias também é um desafio para otimizar a produção e cumprir com as exigências do consumidor. Isso, somado à chegada da Indústria 17 Seminário +Negócios – Cuiabá 4.0, faz com que as fábricas precisem investir na adoção de novas tecnologias. O alto custo da matéria-prima e a oscilação interferem de diretamente os custos de produção das empresas. Fatores como clima, sazonalidade e oferta e demanda influenciam no valor do leite, gerando instabilidade no setor. O transporte do leite e dos produtos lácteos também representa um custo significativo para as empresas, principalmente em um estado com grande extensão territorial como Mato Grosso. Produtos lácteos importados, principalmente de países com custos de produção mais baixos, também representam uma ameaça à indústria local. A abertura do mercado brasileiro para produtos importados exige que as empresas de Mato Grosso aumentem sua competitividade para que possam se manter no mercado. As empresas de laticínios de Mato Grosso também podem ter dificuldades em acessar novas tecnologias, devido à falta de conhecimento técnico, à falta de recursos financeiros ou à falta de mão de obra qualificada para operar as novas tecnologias. Essa dificuldade em acessar novas tecnologias pode limitar a capacidade das empresas de inovarem e aumentarem sua produtividade. E por fim, a fabricação de ‘queijos falsos’ ou análogos representam uma ameaça ao setor e para os consumidores, já que o leite é substituído por amido e gordura vegetal e milhões de litros de leite deixam de ser processados pela indústria.

+Leite – Como vê a realização no estado do Seminário + Negócios – Encontro de Laticínios? Atualmente, qual a relevância de um evento desse tipo para os produtores e indústrias da região?

Silvio Rangel – Aumentar a competitividade da indústria é um dos nossos principais objetivos enquanto entidade representativa do setor. E neste desafio contínuo, é preciso envolver várias estratégias, entre elas investir em inovação de gestão e processos produtivos, pesquisas e desenvolvimento (P&D), melhorar as relações de trabalho, acessar novos mercados, implementar políticas de parcerias com fornecedores, reorganizar a logística interna, adotar práticas sustentáveis e, claro, estar em contato com outros empresários do setor. E, tudo isso, faz parte da programação de mais essa edição do Seminário + Negócios – Encontro de Laticínios. As indústrias de Mato Grosso terão uma grande oportunidade de se conectar com fornecedores, técnicos e empresários do setor neste evento extremamente relevante para nós.•

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