Novas formas de produzir e resolver alguns problemas têm surgido em todas as áreas da economia. Tecnologias inovadoras trazem otimização de processos, qualidade e o que, atualmente, é muito importante, contribuição para atingir mais sustentabilidade. A biotecnologia é um dos instrumentos que já vem trazendo sua colaboração para o futuro de inúmeros desenvolvimento e processos
Por: Juçara Pivaro
A biotecnologia engloba qualquer aplicação tecnológica que faça uso de sistemas biológicos ou organismos vivos, ou de suas células e moléculas com a finalidade de criar ou mudar produtos ou processos específicos. Especificamente na área de alimentação, produtos e processos biotecnológicos são utilizados, rotineiramente, das mais diversas formas. Por exemplo, em relação a produtos, os alimentos que são obtidos por meio de fermentação. Pães e bolos, contam com a presença de leveduras em sua receita – o fermento, microrganismo responsável por converter (fermentar) os açúcares da farinha em gás carbônico e álcool. Quanto ao álcool produzido, confere sabor, mas a maior parte dele evapora no forno.
Lácteos
Alguns produtos lácteos também se beneficiam da biotecnologia. Os queijos e iogurtes contam com a ação de bactérias presentes no leite nos processos de fabricação. Elas fermentam a lactose presente no leite, convertendo-a em ácido lático, responsável pela alteração da consistência do leite. Adicionalmente, em alguns queijos, ocorre a adição de determinados fungos durante o processo de maturação, que conferem sabores e aromas específicos.
Celso Santi Junior, gerente de Projetos e Inovação da Superbac, empresa da área de biotecnologia, informa: “esse exército microscópico ajuda a fabricar alimentos mais saudáveis, seguros e acessíveis economicamente, por meio de processos industriais controláveis e de alta escalabilidade. A biotecnologia, hoje, é capaz de criar alimentos ainda mais nutritivos e saudáveis”.
A Superbac é pioneira do setor no Brasil, com a mais moderna biofábrica da América Latina. É referência na substituição de processos produtivos e provedora de soluções sustentáveis
Especificamente para o setor de lácteos, a Superbac vem trabalhando para lançar novos produtos, que irão abranger a cadeia produtiva de forma holística – do ambiente de criação, até a saúde e o bem-estar animal. A empresa tem cepas de bactérias capazes de competir e excluir do ambiente bactérias patogênicas, que causam doenças ao gado, causando perdas para a bovinocultura de leite. Sendo assim, essa solução da empresa visa melhorar a sanidade e a ambiência dos locais ocupados pelo gado leiteiro.
Santi acrescenta: “outra solução complementar, são as cepas probióticas meticulosamente isoladas e estudadas por nossa empresa, que poderão ser utilizadas como aditivo de alimentação animal”. O uso de probióticos em vacas de produção de leite pode ajudar a prevenir e abordar várias doenças e problemas de saúde. Alguns exemplos incluem: mastite – probióticos fortalecem o sistema imunológico das vacas, ajudando a prevenir infecções mamárias; distúrbios digestivos – probióticos auxiliam na manutenção de um equilíbrio saudável da flora intestinal das vacas, reduzindo o risco de distúrbios digestivos, como a acidose; e melhor digestão, a adição de probióticos à dieta das vacas pode melhorar a digestão de nutrientes, aumentando a eficiência alimentar.
Efluentes
Os benefícios da biotecnologia contemplam inúmeras áreas, a exemplo a de tratamento de efluentes industriais e do foodservice e a Superbac com produtos compostos por bactérias responsáveis pela degradação da matéria orgânica – carboidratos, gordura, proteínas entre outros presentes nesses efluentes, ocasionando a redução de parâmetros como DBO e DQO, os quais devem estar abaixo do limite permitido pelos órgãos ambientais, para que possam retornar para o ambiente de maneira segura. Além disso, esses produtos reduzem significativamente o volume de lodo das Estações de Tratamento de Efluente (ETE), o que traz três grandes benefícios. O primeiro é para o bolso, pela redução de custos com o manejo deste resíduo; o segundo é novamente para o meio ambiente, uma vez que menos material é destinado para aterros sanitários e, finalmente o terceiro, é o aumento da capacidade de tratamento das plantas, reduzindo custos operacionais significativos, por exemplo, em laticínios e frigoríficos.
Essas são apenas algumas soluções e muitas outras ainda estão por vir para trazer mudanças nas formas de produção de setores relacionados a alimentos e áreas relacionadas às indústrias do setor.