O premiado laticínio paraense tem contribuído para a formação de uma bacia leiteira na região de Tailândia. Além de leite, o laticínio incentiva os produtores a empreender e prosperar
Por: Erika Ventura
O mineiro Jeferson Freitas chegou ao Pará em 2012, com uma única certeza: eu não vou trabalhar com leite aqui. Mas o mundo dá voltas e após o casamento e a compra de uma propriedade em Tailândia (PA), aquela certeza de antes tornou-se um propósito: a única coisa rentável aqui, é leite!
Apesar de conhecer bastante sobre a pecuária leiteira e sobre o mercado, Freitas começou pequeno, bem pequeno mesmo, com 12 litros/dia de uma única vaca Girolando. Podemos dizer que o pontapé inicial para o início da queijaria partiu de uma ligação de Jeferson para a mãe.
“Liguei para minha mãe e falei: mãe, como a minha avó fazia queijo?”. A receita da avó paterna, que passou pra mãe, chegou via telefone ao neto. E dali nasceu o primeiro queijo frescal da Flor de Minas.
Por causa da diferença do clima, altitude, microbiota e outros fatores, o queijo não saiu como Jefferson esperava, e ele precisou se especializar num curso em Juiz de Fora (MG). Neste curso, Jefferson conheceu um amigo que o incentivou a não deixar de lado suas raízes e sua jornada. “Após essa viagem eu disse para minha esposa, nós ainda vamos ter um queijo premiado”.
“Eu queria fazer um queijo artesanal, como aquele que minha avó fazia. Maturar como minha avó fazia. Mas aqui, a legislação não permitia. Então foi muito aprendizado. Demorei sete meses para montar a queijaria e, agora, faz quatro anos que iniciamos”, explica Jefferson.
“Há três anos, no primeiro seminário em Marabá, eu fiquei encantado com a grandiosidade do evento e pensei, gente, eles estão fazendo isso aqui com uma visão para grandes indústrias. Eu preciso levar isso também para os pequenos. Lá , eu vi empresa de ingrediente, pasteurizador, embalagem à vácuo e eu queria levar isso também para os menores. Todo mundo tem que crescer, todo mundo junto”.
Em 2023, o Flor de Minas recebeu duas medalhas no VI Prêmio Queijo Brasil, em Blumenau. O Minas Frescal (Medalha de Prata) e o Meia Cura (Medalha de Bronze). O laticínio também foi destaque no concurso Queijo Pai D’Égua em Belém (PA).
Visionário, Jeferson, tem incentivado outros empreendedores na região. Mais do que ensiná-los a produzir melhor, Freitas leva uma mensagem de fé, esperança e união entre os profissionais rurais.