Atualmente, o melhoramento genético do rebanho é um dos fatores mais determinantes para criação de gado leiteiro e do gado de corte. A ciência tem influenciado diretamente no sistema de produção que os criadores têm adotado, incluindo as instalações, manejo, nutrição do rebanho, volume, componentes do leite, entre outros.

De acordo com Reinaldo Zucatelli, administrador, especialista em melhoramento genético e um dos empresários mais respeitados do estado do Pará, a média nacional de produção de leite de uma vaca comum é de 3 a 4 litros de leite. Já as vacas Girolanda de Fertilização in Vitro (FIV) conseguem produzir em duas ordenhas, 25 litros de leite em média.

“A nossa proposta é de fornecer um animal que vá substituir 6 vacas comuns. Um criador hoje que tira 100 litros de leite vai precisar de umas 30 vacas comuns. Ao adquirir apenas 4 ou 5 vacas girolanda, o criador vai tirar a mesma coisa. Ou seja, com menos trabalho e menos mão de obra é possível produzir mais”, explica Zucatelli.

Os benefícios do melhoramento genético tanto para o gado de corte, quanto para o gado leiteiro são excepcionais. “O criador vai multiplicar seu rebanho e vai encurtar o período do gado no pasto. O empresário que compra hoje um reprodutor registrado e avaliado, por exemplo, vai produzir um bezerro muito melhor, que desmamar mais pesado e vender esse boi gordo para o frigorífico mais cedo”, ressalta.

É também muito importante levar em consideração o ambiente e o manejo dos animais, para se obter um bom resultado. “Este tipo de gado leiteiro exige alguns cuidados simples. É um gado que depende de sombra, tem a pele escura e tem que ter um complemento alimentar, afinal a vaca não dá leite, a gente tem que tirar. Não adianta a gente fazer a genética e não ter os cuidados adequados”.

Shopping Genética Zucatelli

“O investimento em uma novilha prenha no Shopping Genética Zucatelli é de cerca de R$ 10 a 12 mil e oferecemos condições de parcelamento, sem taxas, diretamente conosco”, ressalta o empresário. E completa: “sinto que falta um pouco de assessoria técnica para os criadores, porque veja só, muitas vezes tira-se pouco leite do gado comum, falta leite para o bezerro daquela mesma vaca, que cresce fraco e por fim também não tem um bom preço’.

Reinaldo Zucatelli está há mais de 40 anos empreendendo no Estado do Pará. “Desde 1974 o Grupo Zucatelli através de meu patriarca Antônio Zucatelli adquiriu sua primeira propriedade rural em Marabá, a Fazenda Capixaba. Foi lá que iniciamos a criação de gado comercial de cria, recria e engorda. Sócio da da ABCZ desde 2001, começamos a adquirir touros e fêmeas PO (puro de origem) dos melhores plantéis do país. A RR Agropecuária vem trabalhando com melhoramento genético de ponta com transferência de embriões (TE) e fertilização in vitro (FIV)”.

A tecnologia de melhoramento genético tem contribuído para o aumento dos números e da qualidade do gado paraense. “Nós usamos todas as técnicas de melhoramento genético para todo o nosso rebanho. Com a tecnologia a multiplicação é mais rápida. Então uma vaca pode dar óvulos para multiplicar não só 1, mas 20, 50 bezerros por ano, depende da capacidade de cada animal. E isso está sim nos ajudando.  Por outro lado, nós temos hoje em torno de 24 milhões de cabeças bovinas em todo o Pará, mais concentrada na região do sul e sudeste, uma média de uma UA (número de unidades animais) por hectare, ou seja, nós temos capacidade para aumentar de duas a três UA, e dobrar de 24 para 48 milhões de cabeças ao longo do tempo”.

Girolando, a raça que mudou a produção de leite no Brasil

A composição sanguínea da raça é escolhida de acordo com o ambiente e o objetivo do pecuarista. O padrão Girolando é um gado ⅝, ou seja, com 68% de sangue holandês. Também é possível trabalhar com animais 3/4 com 75% holandês; e meio-sangue, quando o animal é 50% holandês e 50% gir.

Por possuir toda essa adaptabilidade ao clima brasileiro, a raça se tornou a grande responsável pelo fornecimento de leite no país. De acordo com Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, animais da raça são responsáveis por aproximadamente 80% do que é entregue ao mercado.

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