Quando pensamos em conservação dos alimentos, uma das primeiras áreas que nos vem à cabeça é a da refrigeração. Mas assim como diversos segmentos, a refrigeração industrial também está passando por importantes transformações e novas tendências vêm por aí.
De acordo com o Departamento Nacional de Refrigeração da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, a refrigeração é importantíssima para garantir a boa qualidade do leite e seus derivados. No Brasil, a produção de leite ainda é um desafio devido a extensão de nosso território e por concentrações de produção em sua grande maioria em pequenos produtores. Por isso, uma das maiores tendências está ligada ao monitoramento e à rastreabilidade que auxiliam não só na garantia da qualidade, mas na transparência com o cliente final. Assim, sistemas de telemetria ganham cada vez mais espaço no setor e tendem a ser uma realidade em poucos anos.
“Mais uma das tendências do setor de refrigeração é a conexão de dispositivos de controle do sistema com a internet permitindo não somente o controle dos próprios sistemas de forma remota mas também a obtenção de dados de funcionamento do sistema que podem ser utilizados de forma inteligente para otimização da operação bem como para avaliação do frio alimentar aplicado ao produto que por sua vez interfere na garantia da qualidade”, reforça a ABRAVA.
Gelson Freitas, Managing Director da Top Cold Refrigeração Industrial também aponta o monitoramento através de automação do sistema de refrigeração como uma das tendências para este ano. “Vejo para esse primeiro semestre também uma tendência para o trabalho de manutenções preventivas nas instalações”, frisa.
Hoje em dia não é possível falar de tendência, sem citar a sustentabilidade. E na refrigeração o uso da energia em excesso deixou de ser apenas uma preocupação relacionada às altas contas de luz. A eficiência energética tem ganho novos patamares de discussão.
De acordo com Freitas, pensando na eficiência e economia de energia, “avalia-se cada vez mais as cargas instaladas para suprir demandas, bem como optar por inversores de frequência”. Ainda sob o ponto de vista da economia, a ABRAVA lembra que o custo da energia elétrica vem subindo não só no Brasil mas como em todo o mundo. Essa tendência impulsiona empresas fornecedoras a desenvolver e aplicar soluções que venham de encontro com as necessidades dos seus clientes.
“Em linhas gerais as empresas vêm buscando desenvolver produtos cada dia mais eficientes aliando o desenvolvimento de novas tecnologias à aplicação de rotinas de automação mais inteligentes e novos fluidos refrigerantes também mais eficientes do ponto de vista energético”, salienta a ABRAVA.
A refrigeração como aliada para um crescimento econômico sustentável
Além da energia, as empresas da cadeia do frio também estão trabalhando para oferecer diferentes alternativas para redução do impacto ambiental, principalmente quanto aos fluídos refrigerantes.
“Nesse cenário os fluidos naturais realmente protagonizam a discussão, entretanto alternativas em fluidos sintéticos de baixíssimo impacto ambiental também vem ganhando espaço nessa análise. De forma geral, a aplicação de fluidos naturais envolve desafios particulares como a aplicação de métodos de análise e mitigação de risco e requer capacitação de mão de obra para lidar com os desafios peculiares a aplicação de fluidos tóxicos, inflamáveis ou que requerem diferentes rotinas e condições de operação”, salienta a ABRAVA.
Segundo a associação, a questão social também vem ganhando espaço no setor de refrigeração. Nos últimos anos a associação vem incentivando a presença feminina no setor, oferecendo espaço para a discussão do tema dentro do comitê de mulheres que abarca não somente mulheres que trabalham em empresas associadas, mas também técnicas do setor. O comitê tem por objetivo criar um espaço seguro para promoção das mulheres, discussões sobre diversidade e como incentivar e ampliar a presença feminina no setor de refrigeração e ar condicionado.
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