O setor de embalagens está em constante movimento para atender as novas demandas das indústrias de alimentos e bebidas e tem trazido soluções criativas para produtos inovadores e, também, com o objetivo de conquistar consumidores com visual e praticidade. Nos últimos anos, outro aspecto ganhou destaque – a sustentabilidade. Assim como em outros setores, no de laticínios, a preocupação com meio ambiente tem levado as principais empresas do setor de embalagens a desenvolver para as indústrias de lácteos soluções ecologicamente corretas para reduzir o impacto e preservar recursos naturais.
Assunta Napolitano Camilo, diretora do Instituto de Embalagens, em 2022, participou de feiras internacionais para checar mudanças em sustentabilidade, tecnologias e design de embalagens e cita exemplo de mudança em busca de sustentabilidade que pode chegar ao Brasil.
Segundo ela, um dos exemplos é a nova legislação das Tethered Caps na Europa, que propõe o uso de tampas que ficam atadas às garrafas para facilitar a reciclagem e foi um dos assuntos mais discutidos na Drinktec 2022, pois o prazo para adequação da comunidade europeia acaba em junho de 2024. Já há empresas de embalagens stand-up pouches que oferecem essa solução para fabricantes de iogurtes e purês.
Entre outras tendências no exterior apontadas por Assunta estão algumas que as empresas de laticínios estão lançando, como produtos em formatos de embalagem inovadores e convenientes, como garrafas de vidro, potes transparentes e pouches. Alguns fornecedores também estão oferecendo iogurte em garrafas de PEAD com selo de alumínio, tampas laminadas de vedação térmica ou tampas de PEBD para proteger o conteúdo da oxidação. Há também produtos lácteos em embalagens de atmosfera modificada (MAP) com propriedades assépticas e antimicrobianas. Esse tipo de embalagem ajuda a prolongar a vida útil dos produtos lácteos para até 90 dias sob refrigeração.
No Brasil, o setor tem acompanhado as tendências no desenvolvimento de embalagens de produtos lácteos. O Danoninho Ice oferece duas experiências: degustação como sorvete, já que pode ir ao freezer e a embalagem possui um picote na base que facilita a abertura ou como um iogurte cremoso que pode ser consumido pelo bico. Segundo Assunta, no Brasil, as garrafas para leite UHT podem ser produzidas com até 100% PET PCR (Reciclado Pós-Consumo), o que estimula o mercado de reciclagem, além de fechar a cadeia de economia circular. Para queijos, a tendência é o uso de embalagens monomateriais, que oferecem as mesmas propriedades de um modelo tradicional em barreira de proteção e têm uma demanda cada vez maior, além de soluções monodoses e de fechamento que oferecem portabilidade, praticidade e conveniência para o consumo on-the-go de queijos como snacks.
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